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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Amizades de Escola

Aqui, aplica-se aquela frase clichê, que todo mundo diz, mas poucos sabem o que realmente se significa: você só demonstra valor a partir do momento que você perde.



      A escola é lugar aonde se ministra o ensino. Aonde você adquire a maior parte do seu conhecimento, na teoria. Mas claro que é muito além disso. Talvez seja o lugar aonde você viveu os melhores momentos de sua vida. Descobriu seu talento. Ou passou pelas melhores e piores situações da sua infância ou adolescência. E claro, conheceu as melhores pessoas, às quais chamou de: amigos. Mas como absolutamente tudo, um dia, o até logo é inevitável. 

       Dizem que esse até logo é fundamental para dividir duas fases de nossas vida: a de não responsabilidades e a de   responsabilidades. É aonde termina a adolescência e começa a vida adulta. De fato. Por mais anos de vida que você possua, a escola não deixa que você aja diferente de alguém desfrutando sua adolescente e curtindo a melhor fase de sua vida. Basta lembrar das guerras de papel, das bagunças brincadeiras em sala de aula e das rodas de fofoca conversa com seus amigos na hora do recreio que rendiam sempre boas gargalhadas.

       Por falar nos amigos, eles eram a melhor parte. As companhias de todos os dias. Estavam quase sempre lá, de segunda à sexta-feira. Em dia de teste bimestral principalmente. Por mais que você não fosse legal, atlético ou popular, tinha sempre um grupo em que se encaixava. E eles eram fundamentais. Naquelas horas em que você percebia que tinha esquecido o dever de casa, ou perdido seu único lápis, ou em trabalhos de equipe, então... Mas ia muito além disso.

       Dessa rotina de convivência, alguns sempre se destacam e acabam virando amigos pessoais. Com esses, a escola não era mais o assunto principal das longas conversas. A vida, família, os segredos, as saudades eram compartilhadas. As notas baixas também. Mas tudo isso se transformava em abraços e risadas nos dias seguintes. Afinal, os dias seguintes eram dias de estudar. Menos nas férias, que por mais legais e esperadas que fossem, você contava os dias para revê-los.

       Parafraseando a série Anos Incríveis, havia mais na escola do que estudar, estudar e estudar.

       Mas como dito, o até logo é inevitável. Por mais que você e seus amigos reprovem prolonguem, ou alguns acabem na mesma universidade, ou morem na sua rua, encontros e reuniões com todos são raros. Além dos braços. Cada um segue seu caminho. Alguns, o até logo é um adeus. Outros ficam mais um pouco. Talvez por muito tempo se der sorte. Por mais que os abraços, as risadas e as reuniões tornem-se raros. É tudo questão de destino e escolhas. De cada um. 

       E verdade seja dita: dos que já passaram da fase escolar, grande parte sente falta sim senhor. E como dizem os filósofos do twitter, os quais sempre cito: ruim mesmo é ver aquilo que era rotina virando saudades.


Reunião com alguns dos meus amigos de colégio, em março de 2014
(Amanda Leticia/Facebook)

Reunião em novembro de 2014
(Acervo pessoal)
       
Amigos do colégio que graduam na mesma universidade que eu.
Encontros assim são raros. Esse foi em maio de 2014.
(Acervo pessoal)






domingo, 27 de abril de 2014

V.A.S.P, VOCÊS ENVERGONHAM SEUS PAIS E O SEU PAÍS.

"Perturbar a paz nacional e não estudar"


Escrito por Otávio Martins e Bianca Raquel

Brasileiros, jovens, sem perspectiva de vida, de futuro ou de amanhã; com poucas preocupações em mente, ou nenhuma talvez, há menos aquelas que se referentes ao dia de hoje ou à próxima hora, ou minuto; muitos alienados, ou todos; uma realidade de um país sem compromisso com a educação.
Quem utiliza redes sociais frequentemente sabe sobre o que o texto se refere: aos nossos jovens que, em vez de optarem por mostrar publicamente em sua rede social que estão estudando, e tentando melhorar, ou talvez mudar, seu destino no futuro, preferem se denominar “trabalhadores, gerentes, chefes” da “empresa” VASP. A Viação Aérea de São Paulo (1933-2005)? Não! Os “Vagabundos Anônimos Sustentados - talvez - Pelos Pais”.
Talvez nem o Globo Repórter (da Rede Esgoto) seja capaz de explicar o que possivelmente passa pela mente vazia desses jovens brasileiros, e chegar a uma resposta sobre o que leva eles a quererem se denominar vagabundos (no tempo dos meus pais, chamar neguin de vagabundo era pedir pra apanhar com cipó de goiabeira), talvez uma brincadeira para eles, ou uma forma de chamar atenção. Mas para checar essas duas teorias temos que falar também das modinhas, da mídia (popularidade; “fama”) que as redes sociais trouxeram.


A BUSCA PELA MÍDIA: NECESSIDADE COMPULSIVA DE ATENÇÃO OU DOENÇA?


Psicologicamente falando, as duas coisas. Aposto que não será surpresa pra você, se em um determinado, abrir um site de notícias e me deparar com uma notícia mais ou menos assim:  Garota de 12 anos comete suicídio após publicar foto de sutiã. MOTIVO: sua foto teve menos de 100 curtidas”. Como comentei uma vez aqui no blog, as redes sociais trouxeram não só coisas boas, mas também uma necessidade enorme de algumas pessoas por atenção, destaque, fama, para assim conseguirem muitos comentários, curtidas em suas fotos, seguidores, consequentemente elogios. Algo anormal, até porque sejamos sinceros, se ao menos essas pessoas ganhassem dinheiro dependendo do número de curtidas em suas fotos... Ainda falando da mídia, fazendo um breve resumo sobre a ela, poderíamos dizer que é: a necessidade de algumas pessoas de aparecerem (ser notado) em determinado habitat, no caso, as rede social, utilizando todas as alternativas possíveis para fazer com que isso aconteça, desde fotos sexuais, explicitas, até coisas indescritíveis, ultrapassando os limites da lógica e da razão e fazendo que muitos suspeitem que essa necessidade de atenção possa ser consequência de algum distúrbio. Não é natural o que algumas pessoas fazem por atenção!
Não há como negar que ter um pouco de atenção é sempre bom, claro, mas desde que haja um limite para se consegui-la. Aparentemente, “também não há como negar” que torna-se um ciclo vicioso. Na rede social, vemos cada vez mais pessoas aderindo a essa, por que não dizer, bobagem de tentar ficar famoso da noite pro dia, se espelhando naqueles que, entre aspas, “Já são mídias”.  Dessa forma, a coisa toda torna-se uma escola de “aprender a ser vagabundo”.

MAS, CADÊ OS PAIS DESSA MOLECADA?

É difícil não acreditar que os pais são os principais culpados, mas na verdade, em parte, não são. Vamos imaginar que os pais dessas pessoas passam um dia inteiro trabalhando, ou procurando emprego. Não podemos culpar, em parte novamente, por não saber o que os filhos estão fazendo por aí, ou na Internet. Vamos imaginar também que a educação dada aos filhos foi boa. O que aconteceu? Em determinada parte da vida pode ter faltado atenção da parte dos pais? Sem dúvida. Exatamente por isso usamos o “em parte”.
Alguns acreditam que a atenção que esses jovens buscam na Internet seja para preencher a falta de atenção em casa.
Mas, e nos casos em que os pais fiscalizam as redes sociais dos filhos? Existem muitos casos que isso acontece. Esses pais deveriam tomar providencias sérias, até porque, é uma vergonha para qualquer pai ter filhos que publicam fotos mostrando os órgãos sexuais na rede; ou se denominam vagabundos. Desonraria qualquer família. Se você é um VASP, e está lendo até aqui, imagine o suor que saiu dos seus pais desde que você era criança para não te deixar fora da escola, e agora você faz isso, rapaz! Que vergonha.
Curiosidade, que você pode até reparar enquanto navega nas redes sociais: a maior parte desses jovens não está fora da escola. Pelo contrário, porque se estivesse, daria mais valor à sua vida.

A CULPA TAMBÉM É DO GOVERNO?

Na questão de não investir na educação, sem dúvida. Mas vale lembrar que a maior parte desses jovens não faz isso por não estar no colégio, e sim porque querem mesmo aparecer. Não é porque ninguém da chance e ninguém o apoia, e sim porque preferem vagabundar por aí e ter vida fácil em cima do suor dos pais. Preferem passar o dia na Internet chamando atenção do que trabalhar. Não ligam para o que a vida os prepara no futuro. Insistem em nem pensar nisso.
Então, antes de culpar os pais, o governo, a Rede Esgoto de Televisão por ter tirado a TV Globinho do ar, temos que entender que a maioria dos adolescentes brasileiros foram criados com essa ideia de conformismo na cabeça, de que não devem se preocupar em honrar sua família, porque família pouco importa hoje em dia. Que não precisam se preocupar em fazer o dever de casa e estudar, afinal, o nerd da sala vai ajudar na hora da prova. De que vai se casar com um cara rico, por isso não precisa estudar. De que tudo vai cair do céu.
Quando o brasileiro aprender a horar mais tudo isso, e a se valorizar mais, valorizar seus pais, seu país, chegará uma hora em que não existiram mais Vagabundos Anônimos Sustentados – Talvez – Pelos Pais, e sim jovens universitários, com boas notas no colégio, reduzindo o número de crimes, assaltos, roubos e assassinatos. Sem dúvida o governo tem que fazer a sua parte, mas os jovens também precisam se conscientizar que eles são o futuro desse país, e se eles caírem na vagabundagem, o país, Brasil, segue o mesmo caminho.


Otávio Luiz Martins, 16 anos, calouro de Engenharia Agronômica pela Universidade Federal do Acre.
Bianca Raquel, 20 anos, estudante de Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Acre.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Canelo: uma história de lealdade


Extraído de minilua.com // Publicado em Jornal dos Animais
E no especial de hoje, uma linda história de carinho e lealdade. Mais do que uma simples amizade, uma lição de vida. Uma boa leitura!
Viram só? E ainda tem gente que não gosta deles… Pois é, quisera eu ter um cãozinho assim, tão bondoso. Até a próxima, galera!

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Love Thy Neighbor | Amor ao Próximo



Love Thy Neighbor - Qual é a origem desta frase?


"Ama o teu próximo" é um termo que se tornou quase um clichê ao longo dos anos. Mas onde ele se originou, e que isso realmente significa? Em um tempo quando os vizinhos, pelo menos na América, são pessoas que raramente se vêem (graças a abridores da porta da garagem e vidas ocupadas), ou são pensados ​​como perturbações com cachorros latindo e crianças barulhentas. Como podemos amar os nossos vizinhos?


Ama o teu próximo - a resposta de Cristo a Religião


Ama o teu vizinho foi, em parte, a resposta de Jesus quando os fariseus, a seita chefe religioso do dia, perguntou-lhe sobre o maior mandamento da Lei (Mateus 22:36-40). Esses líderes religiosos tinha feito quase uma forma de arte de classificar todas as diversas leis e dando-lhes graus de importância relativa, por isso, pedindo a Jesus a esta pergunta, seu objetivo era testá-lo. Sua resposta surpreendeu-lhes: Amarás o Senhor teu Deus com todo seu coração e com toda a tua alma e com toda tua mente ". Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: 'Ame o seu próximo como a ti mesmo.' Toda a Lei e os Profetas pendurar Destes dois mandamentos.


Jesus foi resumir toda a lei nestas duas afirmações. Se amamos o Senhor Deus com todo nosso coração, alma e mente, amar o próximo é o resultado natural. A questão então é, que é nosso vizinho, e como nós amamos ele ou ela?


Vejamos que Jesus diz que o nosso vizinho é: Ouvistes que foi dito: 'Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo. " Mas eu vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. (Mateus 5:43)


É o nosso próximo mais do que o vizinho do lado? Será que ele ou ela ser alguém na nossa comunidade ou quase ninguém nos encontrar? Poderia também ser nossos inimigos nossos vizinhos? Jesus diz que é assim. Mas como podemos amar alguém que age com ódio para conosco?


Quando amamos a Deus com todo nosso coração, alma, mente e força, nós crescemos a reconhecer que todos são parte de Sua criação. Todo mundo vai estar no céu? Não, mas isso não é porque Deus não quer que seja o caso. Sua Palavra nos diz que Deus deseja que todos seriam salvos (1 Timóteo 2:4). Então é claro que Deus vê tudo de nós como filhos potenciais. Porque Ele vive fora do tempo e viu o fim desde o início, Ele também sabe que vai escolher a salvação e que não vai. Para nós, que é onde a fé vem dentro Não é para nós sabermos que vai escolher a Deus e quem não vai, mas nós somos chamados a ser testemunhas. Para cumprir esse chamado, nós devemos amar os outros o suficiente para desejar sua salvação assim como ele faz.


Aqui está a boa notícia para aqueles que acham que este ensinamento difícil: Em nenhum lugar se diz que tem que gostar de nosso vizinho!


Quanto à parte como desta fórmula, voltamo-nos a estas palavras do Apóstolo Paulo. Em Romanos 13:8-10, Paulo diz:


A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto amar uns aos outros, porque quem ama aos outros cumpriu a lei. Para os mandamentos: "Não adulterarás", "Não matarás", "Não furtarás", "Não dirás falso testemunho", "Não cobiçarás", e se há algum outro mandamento, são tudo resumido nesta palavra, isto é, "Amarás o teu próximo como a ti mesmo." O amor não faz mal a um vizinho, por isso o amor é o cumprimento da lei.


Love Thy Neighbor - Conheça Jesus
"Ama o teu próximo" não é tão difícil quanto parece na superfície. Significa, simplesmente, respeitar os outros e sobre as suas necessidades e desejos tão altamente como encaramos a nossa própria. Mantendo este mandamento, no entanto, é provável que requerem a ajuda sobrenatural só Deus, por Cristo, pode oferecer.


Como podemos aprender a amar a porta próximo cara com o cachorro latindo, especialmente quando nós nem sequer gosta dele? Talvez o segredo é reconhecer que o nosso vizinho, se é a porta cara ao lado, o verificador na mercearia local, ou o professor da escola dominical na igreja, é alguém como digno do amor de Deus como você ou eu na paráfrase Mensagem de Bíblia, João 1:14 é expresso da seguinte forma:


O Verbo se fez carne e sangue, e se mudou para o bairro. Nós vimos a glória com nossos próprios olhos, a glória de um de-um-tipo, como Pai, como Filho, dentro e fora generoso, verdadeiro do começo ao fim.
Será que a nossa forma de amar o nosso próximo é através de conhecer Cristo, a Palavra viva de Deus? É da natureza humana de imitar aqueles que mais admira, portanto, em conhecer Cristo, descobriremos um Deus digno de nosso amor de todo o coração, e nosso próximo verá que o amor em nós.


Outra forma pura de amar o teu próximo é ajudar crianças carentes. Se você se sente chamado a esta expressão tangível do amor, por favor considere Compaixão International.

Fonte: http://www.allaboutgod.com/love-thy-neighbor.htm
Traduzido por Otávio Martins - Google


sexta-feira, 15 de junho de 2012

Como se tornar um ser humano melhor

E no post abaixo, você confere algumas dicas para melhorar o seu dia. Descobre ainda, maneiras de interagir com as pessoas, e claro, de se tornar um ser humano melhor. Uma boa leitura!

terça-feira, 15 de maio de 2012


PENSAR É TRANSGREDIR

Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos — para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos.
Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido.
Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo.
Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência: isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante: "Parar pra pensar, nem pensar!"
O problema é que quando menos se espera ele chega, o sorrateiro pensamento que nos faz parar. Pode ser no meio do shopping, no trânsito, na frente da tevê ou do computador. Simplesmente escovando os dentes. Ou na hora da droga, do sexo sem afeto, do desafeto, do rancor, da lamúria, da hesitação e da resignação.
Sem ter programado, a gente pára pra pensar.
Pode ser um susto: como espiar de um berçário confortável para um corredor com mil possibilidades. Cada porta, uma escolha. Muitas vão se abrir para um nada ou para algum absurdo. Outras, para um jardim de promessas. Alguma, para a noite além da cerca. Hora de tirar os disfarces, aposentar as máscaras e reavaliar: reavaliar-se.
Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto.
Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida.
Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar.
Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo.
Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos.
Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem.
Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada.
Parece fácil: "escrever a respeito das coisas é fácil", já me disseram. Eu sei. Mas não é preciso realizar nada de espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado.
Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança.
Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade.
Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for.
E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer.
Lya Luft